O Parque da Fonte, uma área de celebração do meio ambiente!

Existe no Morro do Querosene, a 30 minutos da Avenida Paulista, em São Paulo, SP, um grande terreno que, em estado de total abandono, ainda guarda o clima da Mata Atlântica. São 39.000 m² com algumas árvores frondosas, resquícios de mata com palmeiras, jaqueiras, pitangueiras, abacateiros, muito mato, também bananeiras e bambus, e, duas minas de água farta e limpa.

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A degradação ambiental da última década, é lastimável: queimadas, espécies arbóreas envenenadas, remoção da serrapilheira,  construção de um posto de gasolina que pode contaminar o aquífero, depósito de entulho e lixo, esgoto lançado a céu aberto, e, em 2012,  um inexplicável represamento da água fez submergir a Fonte, ameaça a ruptura de um dos muros de pedra e deixou nosso Belo Santuário com aspecto de um pântano silencioso e triste.

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A área merece cuidados. Sua vegetação exuberante ainda reside na memória dos moradores mais antigos que estão dispostos a resgatá-la. A preservação e aproveitamento da área constitui uma excelente oportunidade para a melhoria da qualidade do ar, lazer,  consolidação de projetos sócio culturais, ações para a capacitação e orientação profissional, orientação sobre saúde e prevenção, criação de Centro de Referência de Estudos do Peabiru,  além da necessidade de um espaço para o assentamento das festas e reuniões dos moradores.

Um espaço para atividades culturais/educativas

A Comunidade do Morro do Querosene possui um perfil artístico fortemente étnico. É um território onde costuma acontecer manifestações do Maranhão (Bumba-Meu-Boi, Tambor de Crioula), Pernambuco (maracatu, frevo, cavalo marinho), Bahia (samba-de-roda, berimbau), Pará (carimbó), de São Paulo (pagodeiros, “rappiers”, artesões em barro e cerâmica, em tela e tecidos, pintores, escultores, cineastas, cenógrafos, tai-chi-chuan, dançarinos, músicos, marceneiros, bonequeiros, atores, capoeiras e jardineiros, entre outros).

Uma sede, um salão, um estúdio que fosse compartilhado para os trabalhos, é sonho antigo para impulsionar a criação, a subsistência, o desenvolvimento de atividades sócio-culturais e polo aglutinador que possibilitará trabalhos de orientação educacional e profissionalizante que atenda não somente ao bairro do Butantã, mas a pessoas de toda a cidade.

Em 1998, ano de fundação da Associação Cultural do Morro do Querosene, foram catalogados 41 oficineiros que se dispuseram a dar “workshops” no bairro. Entre eles existiam alguns nomes famosos que o fariam não por interesse financeiro, mas pela oportunidade de participar de uma experiência comunitária educativa única, legítima e de base.

Proposta

Nosso projeto é preservar ao máximo o local como ele está, respeitando as espécies de Cerrado, recuperando gradativamente a Mata com espécies originais (como as samambaias, as pitangueiras, ipês, ingás, amoreiras…), devolvendo a natureza Cultural deste território que sempre foi livre e compartilhado por todos que por ali passavam e paravam para descansar e se banhar nas águas da Fonte.

Este Parque será uma Praça Cultural-Educacional-e-Ambiental da Cidade de São Paulo.

É onde estará a Casa Comunitária do Peabiru: uma oca, geodésica ou lona de circo para reuniões, exposições, oficinas, aulas, festas… com projeto, gerência, direção e administração da Associação Cultural da Comunidade do Morro do Querosene.

Em torno da espaço central, ou picadeiro, salas menores, independentes, para os coletivos culturais se organizarem e guardarem seus instrumentos musicais e outros equipamentos de trabalho. Uma destas salas será destinada ao Centro de Documentação do Peabiru, onde devem ficar os documentos, fotos, vídeos, livros e discos que relacionados à história ancestral e à comunidade presente.

Em frente à oca, um terreiro onde a fogueira queimará nas noites de lua cheia, onde se celebrará as festas de Bumba-Meu-Boi, se tocará para São Benedito, Santo Antonio, São João e São Pedro, podem rodar as cirandas, os cacuriás e as criolas… Durante o dia, pode ser um campinho de futebol. Um pouco mais distante, balanças e gangorras, uma pequena pista de skate e uma quadra poli-esportiva.

No círculo maior, em torno da oca, a cozinha e horta comunitária, a sala dos pequeninos (administrada pelos pais), sanitários masculinos e femininos, e sobre este, o espaço para hospedar os artistas e convidados que virão de longe para participar dos eventos (este espaço não precisa ter cama, apenas ganchos de rede e um piso não-frio para receber os colchonetes).

Parte da água que jorra da Fonte será represada (vai umidificar o ambiente).

O acesso à Fonte estará sempre livre

Será levantado um Teatro para dramaturgias e apresentações musicais, preferencialmente de frente para  a Av. Corifeu de Azevedo Marques (avenida mais movimentada da região).

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